quarta-feira, 11 de agosto de 2010

falling down...

Não falarei do coração, nem do chão que parece hesitar sob meus pés.
Não falarei das lágrimas.
Hoje quero falar da dor.
 
Não consigo compreender a razão da dimensão dessa dor.
Dói fisicamente, dor no peito, na cabeça, na garganta, nos olhos, no nariz e na testa.
Dóem meus braços e minhas pernas, e meu andar beira o tremular e cada ruído que sai da minha boca, parece um suspiro, um gemido.
Sinto-me doente.

É surpreendente como as coisas (detesto essa palavra) podem mudar de uma hora para outra.
E logo eu, 'a rainha da transformação e do desfrute da vida', ambos tatuados na pele, hoje, sinto-me a pessoa mais hipócrita do planeta.
Eu não quero sentir, não quero viver, não quero passar, não quero pensar e não quero imaginar tudo isso.
Simplesmente não consigo olhar de frente para tudo isso.

Não sinto a menor capacidade de aceitar o que está por vir, e o que terei que suportar.
Não há melhor palavra para definir o que sinto no momento: fraqueza.
Sinto-me impotente e fraca, sem condições de pensar, de reagir.

Aquela oração tão inteligente, que fala acerca de buscarmos força para mudar as coisas que podemos mudar, serenidade para aceitar as que não podemos e sabedoria para distinguir uma da outra...no momento só consigo pensar nela. E o que era para me acalmar, me machuca mais ainda.

Impotência.
Uma das piores coisas do mundo é sentir-se impotente diante de qualquer que seja a situação.
E aqui estou, com as mãos atadas e o coração moído (como se tivesse passado por um moedor de carne mesmo)...
Disse que não ia falar dele, mas como não?
Meu coração mosaicado, arde e ecôa como um vidro que mais uma vez se espatifou no chão.
Sabe aquele segundo que procede o barulho? 
Aquele ardor nos ouvidos e susto nos olhos, diante de algo que simplesmente não pode mais ser evitado, porque já aconteceu?
Então.
É o único som que escuto dentro de mim.
E cada vez que fecho os olhos por um pouco mais de tempo, buscando algum lugar no qual isso não esteja acontecendo, ao abri-los sinto esse susto, again and again...

Porque essa interrupção assim, tão de repente?
Porque agora?
Porque desse jeito?
Porque eu?

Ninguém jamais entenderia a dor que sinto, pois como eu disse no começo de tudo, é algo absolutamente desproporcional. Não há comparação plausível, não há parâmetros, nem exemplos a serem dados.
Hoje só consigo falar da dor.

4 comentários:

  1. Dor é sinal de que algo está errado...ou simplesmente de que vc está viva...encare como fizer vc se sentir melhor...hehehehe

    Vc é ligada em misticismo?..quase todos que gostam de gatos são..

    Beijos!

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  2. Ana, não vou te dizer que sei o que você está sentindo, porque não sei. Vou falar do que eu senti ( e seria hipocrita dizer que nao sinto mais) :Uma dor. Um buraco. Um vazio. Um tiro de 12 bem no meio do peito. Uma sensação de medo, de que não vai dar, de que não vai dar, de que não vai dar. E a única opção é continuar inspirando e expirando.....

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  3. Oi Ana!Acho que o que a Marcela falou define bem o que é preciso fazer no momento.Não adianta,tem que deixar a dor passar...tenho depressão a mtos anos e volta e meia mudo a medicação, busco alternativas...acho que o importante é não deixar de tentar algo,mesmo não sabendo direito o quê...
    Olha, tua depressão tem alguma razão de ser ou vem do nada?
    Bjs!

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  4. posso te dar uma dica q me ajudou? florais de bach! foram tao bons, eles demoram fazer efeito, mas sao uma bençao! e é natural! beijos e melhoras!

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