quinta-feira, 1 de abril de 2010

Na terceira pessoa?

Não, eu não gosto e não preciso falar de mim na terceira pessoa.
 - a não ser que esteja fazendo graça.

Para começar porque eu não me sinto confortável quando minha prepotência se mostra assim, tão em evidência. 
Existem dois tipos de pessoas que falam na terceira pessoa: aquelas que se acham e aquelas que têm medo.

Não me acho. Não mesmo. Ostento sim esse ar de superioridade, até uma arrogância pretenciosa que não me pertence - eu juro - mas insiste e me rodear onde quer que eu vá, e vez ou outra chega nos lugares segundos antes de mim, o que impede qualquer chance de defesa quando julgada antes mesmo de ser reparada em um segundo  segundo. Sem problemas. Já foi um dia, pode ser que volte a ser. Hoje não é.

E medrosa não sou. 
Não mesmo.
Falo, e falo mesmo.
Não me pergunte, porque eu respondo!
Árduamente criticada pela minha maneira de dizer a verdade - a minha, é claro - para quem quiser ouvir, e para quem não quiser também. Não minto, não consigo, não gosto.
Claro que minto para me safar, mas é tão difícil de acontecer que não consigo no momento buscar em minha memória algum exemplo. 
(acabei de lembrar...conto depois! rs...)

Não tenho vergonha de mim, de minhas loucuras, das criancisses, das insanidades, das babaquices, tão pouco dos meus sentimentos sempre à flor da pele, de vez em quando nada nobres, confesso.
Tá bom, tenho vergonha de vez em quando, e tenho medo de que as pessoas gostem menos de mim, ou me achem muito idiota, ou sei lá. Mas isso não me impede de ser como sou. Não estou dentro do armário para nada. Não sou recalcada, não vivo aquele eterno "ah, um dia eu ainda...". Não. Hoje, agora. Eu quero, eu faço.
Pera aí. Não estou dizendo que sou feliz com meu jeito de ser.
Claro que gostaria de ser diferente. Óbvio que gostaria de ser mais calma, tranquila, não apenas saber a hora de não falar, mas conseguir não falar.

Falo e falo mesmo.
Grito, e sei que não devia. 
Mas grito a verdade, o que sinto, e o que penso.
Gostem ou não, concordem ou não, aceitem ou não.
Perco a razão, muitas e muitas vezes, quando a forma com que falo sobrepõe o que tenho a dizer, e coloco a perder tudo de certo que tenho em mim, pois com minhnagrido com minha aspereza ouvidos e sensores de seres pouco compreensivos quase sempre.

Tá vendo?
Já está achando que tudo o que eu escrevi foi com aquele ar de "sou assim e não vou mudar".
Nada disso.
Falo com um pouco de penar, porque sei o quanto isso me custa.

Vou ao 'médico' e falo a verdade.
Não enrolo, não nego, todas as perguntas eu respondo (mesmo as irrespondíveis).
Mesma coisa na faculdade. Se não faço um trabalho, digo que não fiz. Se copiei a lista de exercícios de alguém que teve tempo (e capacidade..rs..) para fazer, dou um jeito de falar para o professor, por mais burrice que isso possa parecer/ser. Sinto que preciso, sabe...acho que, como nunca fui punida por isso continuo a fazer. Quem sabe um dia um professor solte "ah, não foi você quem fez? então nem me entregue, porque se entregar, receberá um belo zero".
(se eu fosse professora, assim faria)

A grande verdade é que sou uma grande verdade.
Estampada em alto-relevo com cores neón.
Quer saber? Pergunte.
Quer entender? Basta olhar na minha cara de pau, está tudo aqui, talhado nesta madeira clara e ôca.
Compreendendo que não estou satisfeita com o que sou, mas tenho a convicção de que sou o que sou

Odiada e rejeitada.
Amada e acolhida.
Nem sempre um, nem sempre outro.
Mas assim sempre.


 

2 comentários:

  1. Obrigada flor, um ótimo feriado pra vc também. E, na verdade, é sempre melhor ser de verdade. Beijoca

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  2. Vai passar sim Ana Luisa... O desanimo nunca é permanente!!

    Beijos

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