sábado, 16 de outubro de 2010

Roulette

E quando penso que já conheço toda a dor da nostalgia, sou presenteada por um passado implacável, que somente pode pertencer a mim, porque eu sou assim, e sempre serei.


Não vivo hoje, e tão pouco para amanhã.
Se escrevo neste momento é por medo do que pode se tornar minha mente caso não coloque para fora tanta dor.
Dor de verdade, dor de saudade, dor de vida vivida sobre um tapete de conflito.


O problema não está com a saudade de 6 meses , um ano ou trÊs que passaram.


A dor está aqui dentro, e é pra sempre.

E o que sinto é que tudo o que vivo acumula-se em minha memória de forma dolorida, saudosa, nostálgica e eu passo/passarei todos os dias da minha bela vida sentindo que eu perdi, que passou.



Achei um cd de uns 6 anos atrás...e essas músicas que ouço agora, gravadas por alguém que mudou o rumo da minha história para sempre, desde aquele tempo já me faziam sofrer, pelo simples fato de serem ouvidas. E agora, depois de tanto tempo estou aqui, revivendo os cheiros, as cores e as dores de tanto tempo atras...como se fossem novas, como se fossem novas...


E por um lado não desgosto disso, pois é exatamente quando estou sofrendo que sinto que sou alguém.
Eu tenho história, eu tenho lembranças.
Pena que são tão tristes, sempre.


Faço questão de tornar minha vida um filme de conflitos, partidas, perdas e dramas.
A palavra drama virou clichê, e isso sequer me incomoda.


Good Charlote...nem sei se existe mais. Nunca mais ouvi. Mas a cada nota que entra em mim, parece que meu mundo está implodindo.


Sei que existe a necessidade real de viver normalmente...mas nunca fiz isso em 24 anos de existência, quem vai me ensinar?


E vejo os personagens das minhas histórias, todos em outro mundo...o mundo real que é onde eu deveria estar agora...mas só o que eu consigo sentir é saudade. Saudade de uma vida que não volta...uma não, várias.Foram dezenas de trilhas sonoras para dezenas de cenas que não saem da minha mente.
E cada música, cada lembrança me tornam mais ciente de que eu simplesmente não vivi nada, em tempo algum.


Que vida é essa que imagino dia após dia?
Uma vida que não é minha...que passa longe da realidade...
Eu preciso pôr os pés no chão de verdade, mas eu tenho fingido isso há tanto tempo, que sinceramente sinto-me incapaz.
Incapaz.
De impossível mesmo.



Queria alguém para dividir toda essa dor, mas tenho comigo a certeza de que quem poderia me entender já se foi...e agora só me resta tentar me contentar com o que vier, e acredite: isso não é fácil.


Minha vida é uma farsa.
Dia após dia mentindo, para os outros e para mim, com uma máscara que está grudada em meu rosto com supercola, e parece ser meu kharma.


System of a Down- - Roulette


E se eu pudesse, minha história terminaria aqui.

3 comentários:

  1. Sabe...é estranho sentir-se viva porque se sente dor. Me sinto assim frequentemente.Não bom amiga. Beijos.

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  2. hammm...
    mas alguém morreu?!
    desculpe a indiscrição...
    bj!

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